URBAN SPRAWL: IMPACTOS AMBIENTAIS E INFLUÊNCIAS NEGATIVAS NA MOBILIDADE, ACESSIBILIDADE URBANA E NO DIREITO DE IR E VIR
DOI:
https://doi.org/10.15332/rev.m.v13i0.1993Keywords:
Urban sprawl, dispesão urbana, mobilidade urbana, acessibilidade urbanaAbstract
O presente artigo busca situar estudos acerca da dispersão e fragmentação urbana – urban sprawl – e seus impactos e desmembramentos nas cidades contemporâneas. Para tanto percorre a literatura e exemplos urbanos em várias regiões do ocidente urbano. Em síntese, a expansão urbana exagerada promove uma dependência igualmente exacerbada do uso do automóvel, uma vez que inviabiliza as formas de mobilidade e deslocamentos não motorizados. Ainda que se possam redimensionar as vias para veículos, seu esgotamento se faz rapidamente, de forma cíclica, dentro de um círculo vicioso: aumento da distância e dispersão, aumento da dependência do automóvel, aumento do congestionamento, aumento das vias, incentivo ao distanciamento e ao uso do automóvel, e assim sucessivamente. A forte influência de algumas políticas governamentais para a dispersão urbana, notadamente na América Latina e Brasil, é prejudicial inclusive ao poder público, uma vez que a necessidade e a dimensão da rede de infraestruturas, equipamentos e serviços urbanos são estendidas espacialmente, majorando manutenções e implementação de mais infraestruturas e serviços em ocupações dispersas, de baixa densidade e onerosas. Além do encarecimento da oferta de serviços, estes geralmente ficam prejudicados, em função da dificuldade da acessibilidade física, provocada pelas maiores distâncias projetadas. Na prática, as soluções são de baixa eficiência e funcionalidade urbana: menos oferta com dispêndio de mais recursos. Ao final, o artigo aponta para a possível tendência de ressurgimento e readensamento do centro urbano (verificado recentemente em algumas cidades importantes do Brasil), como um movimento oposto à dispersão e à fragmentação do espaço urbano e ao retorno da cidade, ao direito do encontro e ao direito de ir e vir e acessar ao que a cidade oferece.Downloads
References
Carbonell, A. (2002). Smart growth: form and conseqënces. Cambridge: Lincoln Institute and Land Policy.
Eyben, P. (2010, dec.). Lutter contre la pollution aux particules fines - un enjeu majeur pour um véritable retour à la ville Liège. Journal Le chaînon manquant.
Fernandes, E. (2001). Low and the production of urban illegality. Cambridge: Lincoln Institute of Land Policy.
Hasse, J.E., & Lathrop, R.G. (2003). Land ressource impact indicators of urban sprawl. Applied Geography, 22(2-3), 159-175. Rowan University.
Illich, I. (1973). Tools of conviviality. New York: Harper & Row.
Illich, I. (1974). Energy and equity. New York: Marion Boyars.
Mascaro, J.L. (1987). Custos da infra-estrutura: um ponto de partida para o desenho económico urbano. São Paulo: EDUSP.
Newman, P., & Kenworthy, J. (1999). An international sourcebook of automobile dependence in cities 1960-1990. Niwot, University Press of Colorado.
Ojima, R. (2007, jul/dez). Dimensões da urbanização dispersa e uma proposta metodológica para estudos comparativos. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, 24(2), 277-300. São Paulo.
Ribeiro, E.L., Mousset, P., & Mousset, J.A. (2011). L’inefficacité de l’espace public hétéronome dans la ville moderne et contemporaine. Lyon: Project ARCUS - INSA-Lyon.
Rogers, R., & Gumuchdjian, P. (1997). Cities for a small planet. London: Faber & Faber Ltd.